Da fisioterapia ao mundo fitness, bola de pilates
Ela vem em diversos tamanhos e cores. É macia e pode ser muito divertida de usar. E é versátil: melhora a flexibilidade e o tônus muscular, ajuda no desenvolvimento motor, é auxiliar no tratamento de sequelas de lesões neurológicas e tira o estresse do dia a dia. É a bola de pilates, que das clínicas de fisioterapia ganhou lugar cativo em academias e hoje é um dos símbolos da saúde e do bem-estar.
Criada na Itália, no começo dos anos 1960, e logo adotada na Suíça por quiropatas e fisioterapeutas, essa esfera plástica, flexível e extremamente resistente começou a ser usada na década seguinte por profissionais ao redor da Europa no tratamento de paralisia cerebral e lesões na coluna. Nos anos 1980, fisioterapeutas norte-americanos incorporaram a bola de pilates (também chamada de "bola suíça", "fit ball" ou "pezzi ball") a suas rotinas de tratamento.
Cerca de dez anos depois, a bola se popularizou no "mundo fitness" dos Estados Unidos, ganhando destaque em propagandas de TV e revistas especializadas.
Como funciona?
Quando está apoiado sobre a bola de pilates, o corpo "recruta" muito mais músculos do que se estivesse sobre uma superfície dura e plana, como o chão. E isso acontece porque a bola é uma superfície instável, exigindo que façamos mais força para manter o equilíbrio.
Essa instabilidade, explica o fisioterapeuta e professor de pilates Márcio Freitas, é crucial para que seja exercitado o "core", o conjunto de músculos responsáveis pelo equilíbrio e postura. As atividades com a bola de pilates promovem o fortalecimento de músculos como o transverso abdominal, que, brinca Freitas, "é o cara". "Esse músculo é o 'powerhouse', o centro de força, responsável por ações como a tosse e pela evacuação". Além dessas regiões, conta o fisioterapeuta, são mobilizados músculos como o assoalho pélvico, o diafragma, os laterais oblíquos (externos e internos) e os paravertebrais.