Fisioterapia na UTI Geral Unidade Farol SCMM

Fisioterapia na UTI Geral Unidade Farol SCMM
Por: HB Digital

Há quatro anos que a Uti geral da unidade Santa Casa Farol é referência para pacientes portadores de Guillain Barré. A UTI possui 07 leitos, sendo 01 leito para isolamento.

O que é a Síndrome de Guillain-Barré?

É uma condição autoimune (em que o sistema imunitário ataca as células saudáveis e tecidos). Ainda é desconhecida a causa que leva o sistema imunitário a fazer isso. A maioria das pessoas desenvolvem a Síndrome de Guillain-Barré depois de ter outra doença. Geralmente uma infecção viral, tais como um resfriado comum, uma gripe , uma infecção na garganta ou, por vezes, uma infecção bacteriana. Estudos indicam que a infecção pode fazer com que o sistema imune ataque as raízes nervosas e nervos periféricos. Não é transmitida de uma pessoa para outra e também não é uma doença hereditária. 

Os sintomas geralmente começam pelos pés e mãos antes de se espalharem para os braços e depois para as pernas.

• Dor, formigamento e dormência;

• Fraqueza muscular progressiva em ambos os lados do corpo;

• Problemas de coordenação e instabilidade (capacidade de andar sem ajuda);

Nos casos mais graves:

• Visão turva ou dupla;

• Dificuldade em falar;

• Dificuldade em mastigar ou engolir (disfagia);

• Paralisia temporária das pernas, braços e rosto;

• Paralisia temporária dos músculos respiratórios;

• Dificuldade com a digestão ou controle da bexiga

O tratamento da síndrome conta com dois recursos: a plasmaférese (técnica que permite filtrar o plasma do sangue do paciente) e a administração intravenosa de imunoglobulina para impedir a ação deletéria dos anticorpos agressores. Exercícios fisioterapêuticos devem ser introduzidos precocemente para manter a funcionalidade dos movimentos. A fisioterapia pode ser dividida em duas atuações: fisioterapia respiratória e motora; baseadas nas possíveis complicações advindas do Guillain Barré.

Além de uma boa avaliação Fisioterapêutica, as metas do tratamento incluem:

• Minimizar os problemas respiratórios;

• Minimizar a dor;

• Prevenir contraturas e lesões por pressão;

• Manter e melhorar a amplitude de movimento (ADM);

• Melhorar força muscular (desenvolver um programa de exercícios, evitando a fadiga, com períodos frequentes de repouso);

• Indicar uso de órteses quando necessário.

Os pacientes apresentam muita dor, descrita como parestesia, disestesia, dor axial e radicular, mialgia, dor articular e desconforto visceral. A fisioterapia motora constitui-se de exercícios passivos, ativo-assistido e ativo dos membros, dependendo da melhora da fraqueza muscular; sempre tendo como limite a dor do paciente. Tem sido observado que o super uso de uma unidade motora afetada pode impedir a sua recuperação. Sem esquecer do posicionamento, mudanças de decúbito, alongamentos, e exercícios metabólicos; fundamentais para evitar as lesões por pressão, trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar. 

A fisioterapia respiratória baseia-se em dois aspectos: na fase inicial, constituída basicamente de manobras de higiene brônquica (para promover a clearence mucociliar, evitando consolidações e atelectasias), ré expansão pulmonar, aspiração da via aérea (se necessário), drenagem postural para mobilizar secreções; e numa fase mais tardia da doença treinamento muscular e desmame da ventilação mecânica.

Autores: Equipe de Fisioterapia da UTI GERAL da unidade Farol SCMM